sábado, 26 de dezembro de 2009

O prejuízo da Distração!










Por Luiz Montanini

Eu preferi a distração. E só Deus sabe o que eu perdi...

Tive uma experiência triste e vergonhosa recentemente. Era sábado à noite, e haveria um jogo de futebol entre as seleções: brasileira e argentina. No horário do jogo, eu comecei a subir os degraus da escada de minha casa para ligar a TV quando ouvi aquela voz inconfundível de Deus, em tom de convite: "Que tal você trocar esse jogo para ficar um tempo comigo?"

E parece que, em seguida, ouvi algo como: "Ao final, você terá gostado muito mais do que do futebol..."

Titubeei por alguns instantes, parado nos degraus, ensaiei uma desculpa inaudível qualquer, subi e liguei a televisão.
Que jogão; quem viu sabe. Foi um banho de futebol: 3 a 1 em los hermanos. Que maravilha.

Por uma ou duas vezes durante o jogo, eu me lembrei do convite recusado, mas um gol ou jogada bem feita levavam-me a esquecê-lo em seguida.

Apenas no dia seguinte foi que me dei conta do que eu havia perdido e percebi que o grande prejudicado fora eu mesmo. O prazer do lazer tinha sido efêmero e durara o tempo da partida. A minha recompensa não passara daquilo; 90 minutos. Mas, no íntimo, eu sabia que perdera muito mais do que tempo.
Literalmente, só Deus sabe o que poderia ter acontecido naquela hora e meia de intimidade com ele. Afinal, mal explicando, se viver um dia na presença do Senhor é melhor do que passar mil deles em qualquer outro local, uma horinha de comunhão com o Pai equivaleria, grosso modo e contas, a cerca de 42 dias de descanso e alegria no melhor resort do planeta - na falta de figura comparativa melhor.

Se eu não tivesse optado por trocar a distração pela comunhão, possivelmente em vez de agora usar este pequeno espaço para confessar e admitir meu pecado (pecado é errar o alvo, todos sabemos, e eu errei feio), eu estaria usando-o num texto cheio de unção, que viesse a tocar vidas por meio da Palavra de Deus jorrando como rios do coração; afinal, encontros com Deus são notórios - nossa face brilha, nossas palavras produzem vida, o inferno treme, novas estacas do Reino são fincadas, precedentes são abertos, enfim, a vida chega.

Mas eu preferi a distração. E agora só Deus sabe o que eu perdi.
Pedi perdão a Deus. Ele me perdoou como perdoa sempre. Mas eu fiquei envergonhado.

Então, pensei em contar-lhes esta triste história para que não se mirem nesse mau exemplo. Que estejamos mais com nosso Senhor não apenas quando quisermos, mas também quando ele nos quiser.

Fonte: Revista Impacto

terça-feira, 9 de junho de 2009

Unção e Fraqueza








Por João A. de Souza Filho


A galeria dos heróis da fé de Hebreus 11 surpreende o estudante da Bíblia pela coragem e perseverança que tiveram diante das dificuldades. Mas um olhar mais acurado em cada um deles mostra que nenhum personagem bíblico, de todos os que foram escolhidos por Deus, viveu sem cometer erros. Noé, o grande intercessor, vacilou ao embriagar-se diante de uma taça de vinho e amaldiçoar seu filho. Abraão, o amigo de Deus, diante dos reis temeu e mentiu. Davi, homem segundo o coração de Deus, no auge do reinado adulterou e foi homicida. Salomão, que recebeu de Deus tanta sabedoria e conhecimento, cedeu ante aos prazeres da carne.



Nossas fraquezas tendem a levar-nos ao desânimo. A única maneira de sermos vitoriosos é aprender a depender de Deus em tudo o que fazemos, pois a humildade seguida de quebrantamento é a coisa que Deus mais valoriza nos seus servos. Quantos de nós lutamos todos os dias entre a unção e a fraqueza? O poder do Espírito e o pecado? Sentimos que estamos cheios do Espírito Santo, que temos poder; admiramo-nos que os demônios se agitam com nossa presença. Curamos os enfermos e profetizamos, fazemos obras gloriosas e, no entanto, cedemos diante do pecado. Uma verdadeira guerra se trava dentro de nós. Unção e fraqueza estão lado a lado dentro de nós, numa luta sem tréguas.

O grande amigo de Deus no Novo Testamento é exemplo do que falo. Tão bem descrito pelo romancista judeu-polonês Solen Asch, em O Apóstolo, e pela romancista inglesa Taylor Caldwel, em Amigo de Deus, Paulo chegou ao limite de suas forças quando a unção e a fraqueza travaram duro embate interno. Carne e espírito degladiaram até que um desesperado grito de dor saiu de sua pena: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Rm. 7.24). Eis aí o grito de todos nós.

Um místico, citado por Arintero, em La Evolución Mística [Vol. 91 p. 418], disse: "Às vezes Deus deixa nos melhores santos algumas fraquezas, e por mais que queiram não conseguem desvencilhar-se delas, nem se corrigir, para que sintam sua própria fraqueza, e vejam o que seriam sem a graça de Deus. Só as fraquezas impedem que nos vangloriemos dos favores que de Deus recebemos".


Nós, pastores, líderes de louvor e dirigentes de cultos, que vivemos em evidência, pois nos colocamos entre o povo e Deus - responsáveis por levar o povo à sua presença -, às vezes fracassamos, cometemos erros e tememos pelo pior. No entanto, sabemos que a unção continuará, que haveremos de vencer, apesar das nossas fraquezas, pela misericórdia de Deus. Pois o que recebemos de Deus é depositado em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa.

Depender sempre de Deus, eis a qualidade exigida de todo líder de louvor, de todo obreiro, que ao mesmo tempo em que está diante de Deus e diante do povo, vê-se confrontado por seu próprio pecado.

Essa é a realidade de todos nós. Uma luta sem tréguas entre poder e fraqueza, carne e espírito, fé e razão. Por isso nossa única solução é confiar sempre na graça do Pai!

Isaías já era profeta, mas quando teve um encontro com Deus a glória do Pai expôs seu pecado. E ele gritou: "Ai de mim! Estou perdido!". A brasa viva tirada do altar purificou-o de seus pecados e sua iniqüidade foi perdoada!


Deus será misericordioso conosco. Basta dependermos dele sempre! A eficácia do sangue de Jesus deve estar sempre presente diante de nós. Ousadia para entrar no santo dos santos, pelo sangue de Cristo.